sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

O diário de um espelho (4)

                                                 13 de dezembro de 2013
Olá diário!
Que tal vai o teu dia?
Não imaginas o que senhor arrogante me fez!!
Teve o desplante de me pendurar num daqueles buracos que supostamente era para os quadros!!
Já viste isto!?
Eu sei que já sou velhinho, mas daí a confundir-me com um quadro e pendurar-me numa parede, é de mais!!
Após o meu momento de indignação, decidi relaxar e observar a vista ali de cima.
Foi aí que fiquei perplexo e simultaneamente maravilhado! 
A visão naquele patamar é completamente diferente da que tinha na antiga casa. Na qual, tinha um suporte atrás de mim que me segurava para não cair. Estava no quarto dos meus pais e virado para uma parede branca e sem vida.
Mas agora com este ângulo de visão, sinto-me importante e até feliz.
Pois, não tenho uma, mas sim três paredes que consigo a ver na perfeição e quase por completo, sendo que uma deles agora pertence-me.
Estou colado na entrada,  à direita da porta de entrada, em lugar de destaque e à frente da sala principal que tem duas portas, consegues imaginar?
Mas ainda não te contei o melhor de tudo! 
Quando as ditas portas estão abertas consigo visualizar grande parte da sala. Pelo que me é dado a observar e pela quantidade de móveis que lá instalaram arriscava a apostar que é enorme. 
Ao fundo da sala há uma grande janela que rasga a parede de alto a baixo, que me permite apreciar aquele jardim magnífico pelo o qual me apaixonei logo no primeiro dia.
Agora sim, sento-me extremamente feliz, estou num nível superior, todos os móveis pousados no chão e eu...
 E eu querido diário, nem no chão toco!
Encontro-me suspenso a uma parede pintada com uma cor bastante acolhedora.
Nunca me senti tão realizado, mas para chegar definitivamente ao auge, só falta uma coisa…a minha família.

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