Jamais conseguiria retirar de lá as
chaves!
O meu pai iria a aborrecer-se muito a
sério comigo e certamente ficaria algumas semanas de castigo.
Um pensamento veio ter de imediato
comigo: Foi vingança, por não acreditar, apesar da morte da minha mãe nesse
dia, que à sexta-feira, dia treze, digamos que algo fora do comum poderá
acontecer.
Mas escassos segundos após este
pensamento, afastei-o logo da minha mente, não fazia sentido, não me podia
deixar levar por estas ideias supersticiosas, que jamais poderiam povoar o meu
cérebro.
Passados os primeiros segundos de susto,
toquei à campainha uma vez, duas vezes, três vezes… e interruptamente até me
doer imenso o indicador da mão direita.
O meu pai não me abria a porta, chamei
por ele e até gritei por ele, mas nada. Definitivamente e ao contrário do que
era habitual àquela hora, o meu pai estava ausente da nossa casa.
Nem queria acreditar! De segunda a
sexta-feira, o meu pai chegava a casa impreterivelmente às 18 horas. Eram 19
horas! Tinha que estar em casa, senão teria certamente entrado em contacto
comigo. Não entendia nada! Liguei para casa e ninguém atendeu. Por fim, como
último recurso liguei para o seu telemóvel e a situação repetiu-se, não
conseguia falar com o meu pai, estava desligada.
De repente, senti uma forte dor no
antebraço, como se algo me tivesse picado.
Sentia uma dor intensa, que percorria
o meu todo o meu corpo e que cada vez se tornava mais e mais forte …
Sentia que não ia aguentar mais a
intensidade dor… e caí ao chão.
Comecei a sentir tudo a escurecer…
Estava tudo tão escuro ao meu redor!
Mas por instantes senti que lá muito
ao fundo, mesmo ao fundinho havia algo…
Algo que não consegui descrever, mas
que à medida que continuava a olhar a intensidade da luz aumentava… De tal modo,
que me encandeou e instintivamente me fez fechar os olhos.
Entretanto, fui sentindo a dor intensa do antebraço a diminuir.
Então, atrevi-me a abrir os olhos e deparei-me algo esplendido.
Contrariamente ao que pensava, não me encontrava à porta de minha casa,
mas num local que desconhecia, num local que nunca visto antes.
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