segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Sexta feira 13 (3)

Jamais conseguiria retirar de lá as chaves!
O meu pai iria a aborrecer-se muito a sério comigo e certamente ficaria algumas semanas de castigo.
Um pensamento veio ter de imediato comigo: Foi vingança, por não acreditar, apesar da morte da minha mãe nesse dia, que à sexta-feira, dia treze, digamos que algo fora do comum poderá acontecer.    
Mas escassos segundos após este pensamento, afastei-o logo da minha mente, não fazia sentido, não me podia deixar levar por estas ideias supersticiosas, que jamais poderiam povoar o meu cérebro.
Passados os primeiros segundos de susto, toquei à campainha uma vez, duas vezes, três vezes… e interruptamente até me doer imenso o indicador da mão direita.
O meu pai não me abria a porta, chamei por ele e até gritei por ele, mas nada. Definitivamente e ao contrário do que era habitual àquela hora, o meu pai estava ausente da nossa casa.
 Nem queria acreditar! De segunda a sexta-feira, o meu pai chegava a casa impreterivelmente às 18 horas. Eram 19 horas! Tinha que estar em casa, senão teria certamente entrado em contacto comigo. Não entendia nada! Liguei para casa e ninguém atendeu. Por fim, como último recurso liguei para o seu telemóvel e a situação repetiu-se, não conseguia falar com o meu pai, estava desligada.
De repente, senti uma forte dor no antebraço, como se algo me tivesse picado.
Sentia uma dor intensa, que percorria o meu todo o meu corpo e que cada vez se tornava mais e mais forte …
Sentia que não ia aguentar mais a intensidade dor… e caí ao chão.
Comecei a sentir tudo a escurecer… Estava tudo tão escuro ao meu redor!
Mas por instantes senti que lá muito ao fundo, mesmo ao fundinho havia algo…
Algo que não consegui descrever, mas que à medida que continuava a olhar a intensidade da luz aumentava… De tal modo, que me encandeou e instintivamente me fez fechar os olhos.
Entretanto, fui sentindo a dor intensa do antebraço a diminuir.
Então, atrevi-me a abrir os olhos e deparei-me algo esplendido.

Contrariamente ao que pensava, não me encontrava à porta de minha casa, mas num local que desconhecia, num local que nunca visto antes.

Sem comentários:

Enviar um comentário