sábado, 21 de dezembro de 2013

Sexta-feria 13

Era sexta-feira 13, para mim um dia igual a tantos outros. Apesar de me fazer lembrar de momentos muito difíceis. Mas mesmo assim…Pois ao contrário de muitas pessoas supersticiosas que temiam este dia, para mim era um dia completamente indiferente.
Invariavelmente, acordava às sete em ponto, sempre cheia de sono e com um humor péssimo. A cama parecia exercer sobre mim uma força suprema. Era mais forte que eu… Não conseguia entender, mas o meu leito não me queria deixar sair.
Simultaneamente, o meu inconsciente ou o meu subconsciente!? Um deles sempre me dizia: “Vais chegar atrasada mais uma vez!” Então, lá me levantava num só salto e lá começava a minha rotina diária: arranja-me para enfrentar mais um dia secante de escola.
Demorava imenso só para escolher a minha toilette do dia. De modo a que não fosse alvo de troça. E mais uma vez, nem no dia 13 mudava alguma coisa na minha vida.
Aulas, mais aulas e aulas…
Será que isto não acaba? Era sempre este o meu pensamento quando estava na escola.
Nesta famosa sexta-feira à hora do almoço tive que voltar a casa, porque me tinha esquecido do trabalho que tinha para apresentar nessa mesma tarde.
E tal era a pressa com que estava que nem tive tempo de almoçar. Mas consegui trazer o trabalho a tempo para a escola e por pouco até nem apanhei falta.
Quando finalmente chegou a hora de regressar a casa, a minha barriga acompanhou - me com um grande rugido, de quem já não via nem sentia qualquer alimento há já algumas horas.
Ao aproximar-me de casa, acelerei o passo consideravelmente. Pois, não conseguia esquecer a minha urgente intenção, de­ satisfazer uma das minhas necessidades fisiológicas básicas.

 Já não conseguia aguentar mais, tinha que devorar o jantar que me esperava. Mesmo sabendo que o cozinheiro de serviço tinha sido o meu pai. Não se  esperava grande banquete, mas algo que me reconfortasse o estômago seria sempre bem-vindo. Nunca tinha sido habituada a cozinhar, mas tive que começar a fazê-lo quando a minha mãe se foi… Teve que ser…

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