quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Um dia com pernas e outro sobre rodas (2)

.No entanto, permanecia deitada, as minhas pernas pareciam estátuas de toneladas peso. Então, indagaram a razão da minha imobilidade. Inexplicavelmente as palavras não queriam sair da minha boca, apenas os meus olhos se encheram de lágrimas… Tentei e com grande esforço lá consegui articular algumas palavras: Não me consigo mexer as minhas pernas.
Os meus pais nem queriam acreditar no que ouviam. Insistiram para me levantar, que estava a brincar com eles e que com coisas sérias não se brinca.
E eu lá continuava deitada… Apenas consegui levantar os braços para acolher os meus pais. Senti que já conseguia falar. Expliquei novamente aos meus pais que não sentia as minhas pernas, não as conseguia mexer um milímetro fosse e
que apenas sabia que elas estavam completamente paralisadas.
 Aquelas dores todas que sentia queriam dizer alguma coisa, mas nenhum médico quis saber, deu valor ou tentou descobrir.
De imediato, ligaram para a emergência médica.
Entretanto, ainda tive tempo de pedir aos pais que desembrulhassem o meu presente de aniversário.
Por breves instantes, quase saltei de alegria ao ver sair do embrulho a minha tão desejada prancha de sky. Mas após este primeiro impacto, dei-me conta da triste realidade e desatei num pranto enorme.
 Rapidamente fui transferida para o hospital sem sequer ter tempo de apreciar devidamente a minha prancha.
 Os médicos ficaram surpreendidos com o meu estado clínico. Não conseguiam perceber o que tinha acontecido.
 Passei os quinze dias seguintes internada a fazer exames médicos e mias exames e ainda mis exames. E claro que os resultados eram sempre os mesmos: inconclusivos. 

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