quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

O diário de um espelho (3)

                                                                       12 de dezembro de 2013

Boa tarde, querido diário!

Como estás desde ao bocado?
Acho que finalmente ultrapassei a minha nostalgia e o medo que o futuro me reserva.
Mas continuando...
Estava eu a comentar os meus receios a um dos meus velhos amigos, o candeeiro, que também foi adotado pela a nossa família e na mesma loja (até ainda me lembro do seu nome “Móveis e Eletrodomésticos Silvas”) quando um dos tais senhores começou a retirar os móveis recentes da nossa divisão deixando -me a mim e a outros meus amigos no mesmo local. Pegaram numa maquineta bastante assustadora com o bico na ponta e começaram a fazer buracos nas paredes. O que fez com que um barulho grandioso e insuportável se instalasse, de tal modo que até me fez estremecer . Supus logo que o sucedido fosse para colocar uns quadros na parede, de modo a dar um pouco de vida aquele local.
Mas à medida que a parede era furada, um pó miudinho começava a dispersar-se  deixando-me quase sem ar. Os senhores ao observarem a situação não se dignaram a fazer nada.  Tal e qual como se eu nem existisse, dá para acreditar?
Quando a barafunda acalmou, pude fechar os olhos e suspira.  Mas num abri e fechar de olhos, umas pegadas fizeram-se ouvir na minha direção...
E um homem, que à primeira impressão parecia ser bastante arrogante, pegou em mim...
 Assustado ainda tentei espernear, mas de nada ou pouco serviu..
Estou com medo, o que será que ele me vai fazer?

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