quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Um dia com pernas e outro sobre rodas(3)

A cruel verdade ali estava, temporariamente ou definitivamente, aqui os médicos tinham prognósticos diferentes, eu não podia movimentar as minhas pernas, eu não podia experimentar o meu tão desejado e ambicionado presente. Eu não podia andar, correr, saltar ou até simplesmente levantar-me.
Eu estava paralisada da cintura para baixo.
       Transferiram-me para outro hospital, mais vocacionado para pessoas com paralisias, onde fiquei durante um mês.
Foi neste hospital onde comecei a aprender a lidar com as minhas limitações, graças aos excelentes profissionais de saúde que lá estavam sempre que me surgia algum problema e aos meus colegas que estavam também a passar pelo mesmo problema que eu.
Passei por momentos simplesmente horríveis, mas que eram ultrapassados graças ao apoio que tinha.
Mas seria muito difícil para uma qualquer pessoa, neste caso uma adolescente, de um momento para o outro e sem que nada nem ninguém o justificassem, de repente, aceitasse que tinha de ficar, quem sabe para sempre, presa a uma cadeira de rodas.
Passado o tempo de adaptação à minha nova vida, regressei a minha casa, onde encontrei uma cadeira de rodas.
Apesar de ter consciência da minha situação, foi mais um choque para mim… Entrar em casa e saber que a partir daquele momento na minha casa tudo seria diferente. A minha mobilidade estaria para sempre condicionada e limitada.
Os dias foram passado, sempre difíceis, embora uns menos que outros, continuava a não querer aceitar o que o destino, tão injustamente, me tinha destinado.
Para espanto de todos quis regressar logo à escola.
 Os amigos estavam muito presentes e os colegas, pela novidade que era terem agora uma colega de cadeira de rodas, ridiculamente até achavam “engraçado” e então, estavam sempre prontos ajudar a colega da cadeira.


    





Sem comentários:

Enviar um comentário