Então, foi a vez de a senhora falar,
explicou que ela e o marido iam caminhado pelo passeio quando de repente, me
viram cair sem razão aparente e que se aproximaram de mim para me auxiliar.
Olhei à volta
e percebi que estava precisamente deitada à porta de minha casa e reconheci o
rosto do meu pai que tinha aparecido nesse instante, dizendo: “Maria desmaiaste de novo! Voltaste a estar
sem comer durante algumas horas, sua marota! Já sabes que esses diabetes não
perdoam. Tens que ter mais cuidado! Vou dar-te de comer! Vou ter fazer um
jantar belíssimo!
O meu pai agradeceu ao casal, levou-me
ao colo para dentro de casa e depositou-me sobre o sofá.
Então, contei-lhe como fiz desaparecer
as minhas chaves, mas o meu pai não me ralhou e disse-me que se haveria de se
arranjar uma boa solução para retirar das chaves. Agradeci-lhe e ele foi
buscar-me um prato de comida que devorei fugazmente.
Quando finalmente, tudo ficou mais
calmo contei o meu dia ao meu pai e prometi a mim mesma jamais criticar as
crenças e superstições de cada um.
No dia seguinte ainda estava bastante
zonza, mas preparei-me com a alegria para enfrentar um novo dia de aulas.
Arranjei-me, vesti-me sem grandes
preocupações com o vestuário, apenas preocupada em agradar a mim própria.
As minhas prioridades mudaram.
Tentarei viver a minha vida apenas
expressando os meus sentimentos e sem querer saber do que os outros pensam. Das
minhas atitudes e opções de vida.
Afinal, as sextas-feiras, dia 13, têm algo
de especial: há dias horríveis, mas também há dias que nos fazem pensar e
mudar.
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