Todos os dias mal me aproximava de
casa, arranjava sempre forma de trazer à memória a minha mãe. Era mais forte do
que eu… Havia sempre algo que me faz lembrá-la pelas suas atitudes; pela forma
como falava; pelo que fazia; pelos seus princípios; por tanta coisa…
Mas apesar de tudo e já passaram treze
anos, jamais esquecerei aquela sexta-feira, dia 13, apesar da minha terna
idade, assisti com apenas quatro anos ao atropelamento da minha da minha mãe
mesmo à minha frente, junto a nossa casa. Quando ela atravessava a rua na
passadeira, ansiosa por me vir abraçar, após uma ausência de uma semana no
estrangeiro em trabalho. Foi devastador!
A tentativa de superação da sua
ausência foi terrível. Paralelamente, andei imensos anos com medo de atravessar
ruas e quando o fazia tomava todas as precauções inimagináveis.
Logo que me acerquei da porta de casa,
comecei a procurar das chaves na minha carteira, que às vezes mais parece um
labirinto. Nunca consigo tirar de lá a mão com o que pretendo, sem ter de
despejar todo o seu conteúdo. Tento sempre levar pouca coisa, mas quando dou
por mim… lá está ela a “abarrotar”.
Finalmente, surgiu-me o que tanto
procurava … as chaves de casa.
Fiquei felicíssima como se tivesse
encontrado um pequeno tesouro e num gesto de regozijo, lancei as chaves ao ar,
como tantas e tantas vezes fazia. Mas ao contrário do que sempre, mas sempre
acontecia, as minhas preciosas chaves não caíram, naturalmente nas minhas mãos…
mas foram introduziram-se num orifício de um gradeamento metálico instalado no
solo, provavelmente de saneamento público.
Fiquei em pânico! Não sabia o que
fazer!
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