domingo, 22 de dezembro de 2013

Sexta feira 13 (2)

Todos os dias mal me aproximava de casa, arranjava sempre forma de trazer à memória a minha mãe. Era mais forte do que eu… Havia sempre algo que me faz lembrá-la pelas suas atitudes; pela forma como falava; pelo que fazia; pelos seus princípios; por tanta coisa…
Mas apesar de tudo e já passaram treze anos, jamais esquecerei aquela sexta-feira, dia 13, apesar da minha terna idade, assisti com apenas quatro anos ao atropelamento da minha da minha mãe mesmo à minha frente, junto a nossa casa. Quando ela atravessava a rua na passadeira, ansiosa por me vir abraçar, após uma ausência de uma semana no estrangeiro em trabalho. Foi devastador!
A tentativa de superação da sua ausência foi terrível. Paralelamente, andei imensos anos com medo de atravessar ruas e quando o fazia tomava todas as precauções inimagináveis.
Logo que me acerquei da porta de casa, comecei a procurar das chaves na minha carteira, que às vezes mais parece um labirinto. Nunca consigo tirar de lá a mão com o que pretendo, sem ter de despejar todo o seu conteúdo. Tento sempre levar pouca coisa, mas quando dou por mim… lá está ela a “abarrotar”.
Finalmente, surgiu-me o que tanto procurava … as chaves de casa.
Fiquei felicíssima como se tivesse encontrado um pequeno tesouro e num gesto de regozijo, lancei as chaves ao ar, como tantas e tantas vezes fazia. Mas ao contrário do que sempre, mas sempre acontecia, as minhas preciosas chaves não caíram, naturalmente nas minhas mãos… mas foram introduziram-se num orifício de um gradeamento metálico instalado no solo, provavelmente de saneamento público.

Fiquei em pânico! Não sabia o que fazer!

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